sábado, 9 de março de 2013

3º Capítulo - Aquelas borboletas...



"- Sabe, a maioria dos garotos adoraria estar trancada em um lugar fechado com uma garota. - Giro os olhos para cima. 
- Não os claustrofóbicos, Tris! - Ele soa desesperado agora.
- Tudo bem, tudo bem. - coloco a minha mão sobre a sua e a guio para o meu peito, colocando -a sobre o meu coração. - Sinta o ritmo do meu coração. Você consegue senti-lo?
- Sim.
- Você percebe como ele está estável?
- Ele está acelerado.
- É, bem, mas isso não tem nada a ver com a caixa. - Faço uma careta assim que digo isso. Acabei de me entregar. Espero que ele não tenha notado - Toda vez que você me sentir respirar, respire junto. Concentre-se nisso.
(…)
- Tudo bem. - Ele dá uma risadinha trêmula ao lado do meu ouvido. - Por que o seu coração está batendo tão rápido, Tris?"


- Divergente

***

Está quente demais, mesmo depois de tempestades caírem, ainda continua muito quente. A vista da janela do meu quarto mostra as nuvens escuras que estão se aglomerando. A melhor coisa é olhar para o céu, mesmo se estiver chovendo, mesmo que esteja fazendo um céu a pino... olhar para o céu é relaxador, é apaziguador.

Acordei pensando na última pessoa que havia falado aquela noite. A voz dele no meu ouvido me despertava dos meus leves cochilinhos, mas ao mesmo tempo que deixei essa sensação crescer no peito, a fiz se conter a não sair por um suspiro.
Acho que é o certo pensar assim. Hoje em dia as coisas estão invertidas, sinto o que ele sentia, acho que ele soube onde pisar e eu prefiro olhar bem para os pés. Não posso tropeçar nos meus cardaços e nem pisar no chinelo de alguém, não quero que ninguém caia. 

***

Era de manhã e o vagão estava lotado, pessoas se sacolejando e se sacrificando para caber num espacinho sobrando. Metrôs de São Paulo, só tendem a piorar. 
Mas eu não me importo de ir amaçada se estiver com você, meu dia começa de forma diferente, especial. 

Toda vez que você encostava em mim eu tinha um sobressalto interior. Quando me segurava para não cair, e me abraçava pela cintura eu mais notava seus gestos do que lia meu mangá. Virei meu rosto para te observar e o vi fitando além da janela, não imaginei o que poderia estar pensando, mas eu ri porque sentia sua mão fazendo carinho na minha. Em instantes me perguntei se você estava notando o que fazia, ou fazia distraidamente. 

Senti a força do meu corpo esvair e não consegui conter os sorriso que vinham junto de uma sensação engraçada no estomago. Ainda tenho as reações de uma garotinha, isso é tão engraçado. 

Em uma noite que se passou eu te mandei inúmeras mensagens, estava meio chateada, estava preocupada também, e quando você me abraça eu sinto como se tudo estivesse bem. O que será que é tudo isso... pode sobreviver depois de tanto tempo assim?

***
Fechei os olhos e me espreguicei, o sol estava me queimando pela brecha da janela, levantei e procurei por seu status, mas hoje eu sei que você vai sair e por isso eu espero que esteja se divertindo, porque o motivo de estar escrevendo novamente é que você me faz bem. Sinto a magia dos contos voltarem para mim, como se eu vivesse na nossa Realidade Paralela sempre.

Eu sei que depois te tudo isso, as coisas vão voltar a ficar complicadas dentro da minha cabeça, mas... está me fazendo tão feliz agora, com borboletas na superfície do meu estômago.