segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Cap 13 Churrasco


Sábado dia de sol, milagre nesse inverno. O dia começou cedo para muitas pessoas, encontrei com Hell nas escadas, descemos elas e chegamos ao pátio do prédio, checando se tudo estava ok.

A lotação passou bem na hora que estavamos chegando no ponto, saímos correndo quando o motorista parou, subimos no automóvel rindo, e agradescemos.

Descemos no Terminal geral do bairro, não demorou muito e logo encontramos quem procuravamos, Lipe estava trazendo a churrasqueira e um pouco de carne, saudades, muitas realmente, a espectativa para esse dia foi muito superada, foi perfeito. Pegamos outra lotação e fomos encontrar com o resto do pessoal, todo mundo mora longe, um em osasco, outros no extremo sul da capital. Enquanto eles não chegavam no ponto de encontro, ficamos cantando no meio do metrô.

Olhares ignorados, preciso treinar minha voz se quero cantar no Animeke. A hora combinada foi atingida, apareceram o pessoal pelas catracas, Hell saiu correndo para abraçar a Yumi. Comprimentei todo mundo, muitas saudades.
Eles nunca haviam vindo para o fim do mundo que é onde eu moro, só o Lipe, ele já participou de um projeto com a gente na minha escola. Era a turma do 6065 fora de eventos comendo churras na garagem da Hell.

Voltamos para casa e paramos no mercado, compras com o pessoal, real.. só zueira.. a gente nem sabia escolher um peito de frango. A Smirnoff saiu do carrinho de compras umas cinco vezes, estávamos na fila de até 10 ítens, abrimos o salgadinho antes de sair do mercado ou passar ele no caixa, estávamos morrendo de fome.
Link e Marcello pagaram a conta, e eu esqueci de devolver o dinheiro para eles, deu uns 60 reais.

A lotação que levava para a rua de casa demorava a passar, ficamos comendo e bebendo no ponto, até a 86 aparecer.
Yumi, Mika, Denni, Link, Lipe, Cello, Mupy(eu), Hell... ainda falta uma pessoa. Lilla não pode aparecer, ela tinha sido convocado para trabalhar nesse dia, mas não é dela que me refiro. O momento para acender a churrasqueira foi doloroso.

Sem Álccol normal, só em gel fizemos milagre, e ela acendeu.
Primeira grelha de carne, ai os estomagos estavam doendo-qqq. Mas deu tudo certo, comemos e comemos, bebendo refri e conversando. Ouvindo caraoquê de anime, tarde calma e perfeita. Recebemos uma ligação. Paulo estava em Itaquera, era ele quem eu me referia, ele ia chegar um pouco depois da gente.

Tentamos explicar como ele faria pra chegar aqui, e uma coisa eu descobri, a Hell não é boa com essas coisas- brinks.
Ele se perdeu no caminho, tivemos que ficar falando com ele no celular de 5 em 5 minutos e foi quando a Hell foi buscá-lo ele não estava muito longe, mas como ninguém conhecia nada da onde morávamos ficar por alí poderia ser assustador.

Mais uma rodada de carne e depois.. sorveteeeee. Uma rodinha formada e todos comendo o bendito napolitano. Eu realmente amo muito todos eles, depois de arrumar a garagem fomos para a casa da Hell, o quarto dela estava o caozinho...hihi, já era anúnciado isso desde quando eles chegaram.


Todos entraram no quarto e ligamos o PC, Klê estava on, tadinho ele não pode vir porque estava trabalhando, fizemos ele ficar com vontade falando com ele no microfone e zuando. Eu caí na cama primeiro, estava exausta, depois o Dennizar me empurrou pro lado e caiu também, aí vei o Cello e se ajeitou num cantinho do colchão. Hell sentou-se no chão em cima dos cobertores, Link comandou o PC, Paulo e Lipe ficaram em pé olhando e falando com o Klê pelo microfone.

Nessa hora, ao som de Comitiva do Rock eu fechei os olhos, me senti tão bem com todo mundo alí, fiquei imaginando como seria todos morando juntos, realmente perfeito. Não queria ir embora e nem que eles fossem, mas as coisas nem sempre são como a gente quer. Chegou uma hora que minha mãe me chamou, iriamos sair naquela noite. Também estava meio tarde para eles, todos desarmaram as barrascas e foram embora, despedidas sempre são chatas, principalmente quando o dia é bem curtido.

Thiago havia conhecido o pessoal quando eles chegaram, foi um encontro na rua. Estava andando pela rua, a lua estava no alto e algumas pessoas aproveitavam a noite fresca. Thiago estava em seu costumeiro terno acompanhado de Levi, os comprimentei e continuamos andando, ele não me falou nada e eu tinha esquecido totalmente dos acontecimentos.

Chegando ao destino eu estava quase dormindo, com a cabeça baixada escutei o nome dele, ergui ela e ví uma coisa que me deixou muito feliz. Thiago tinha se oficializado no trompet, isso me alegrou muito, e eu tinha esquecido que era o teste dele naquele dia. Voltamos para casa sorrindo, chegamos, ficamos conversando na sala. Realmente eu o amo muito, penso em todas as coisas que aconteceram, vão ser 8 meses, 8 meses.

Quando estava distraída ele me pôs um saquinho de presentes na minha frente, era um hidratante de erva doce.

▬ Eu já senti esse cheiro em você▬ falou ele▬ e eu gosto dele.

Sorri sem jeito, sempre ficava assim sem graça. Mas as horas corriam e eu estava precisando da minha cama, Thi foi para casa e eu fiquei um pouco na frente do PC. Mamãe chamou para deitar e eu obedeci, raramente faço isso. Troquei de roupa e caí na cama, já sonhando.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Cap 12. Goteira


O som da gota caindo na pia era o único som naquela madrugada, estava me arrumando quando passei no banheiro e apertei o registro, silêncio.
As coisas estavam se arrumando, a cada dia que passava mais uma coisa acontecia ou deixava de ser importante, o fim do ano era próximo, nem estava acreditando na velocidade que os dias passavam.

Estava sentada no ônibus vendo as coisas passarem pela janela, o motorista corria, o tempo era frio,congelante, o inverno aquele ano estava nos castigando.

A sala do curso estava vazia, só alguns alunos compareceram.O docente tinha um costume muito bem vindo, deixar tocar beatles enquanto faziamos atividades, realmente essa parte eu sempre amei.

Hell não estava mais indo para a escola, de tantas faltas mesmo que tirasse boas notas ela não iria passar de ano, então trancou sua matricula até o ano que vinha. Voltei sozinha para casa, o ônibus estava lotado.

Ele adentrou o território domeu bairro pacato, desci no ponto final e caminhei atéem casa, coloquei a chave na fechadura e virei, já dentro a tranquei e sentei na frente do PC.

Todo ano acontecia as olímpiadas, matemática, física, português... fui escolhida entre 12 alunos para construir um artigo de opinião, sobre? O meu bairro.
A semana passou como uma hora, e eu não fiz o artigo, no dia de entregar faltei mas já o tinha feito... as vezes eu me odeio.

Eu era a maior expectativa dos professores envolvidos, eles estavam confiando em mim... eles esperavam que eu tivesse feito algo,eu tinha capacidade para aquilo. Mas os decepcionei...

O complexo de inferioridade é algo psicologico, vivo a vida pensando não ser nada além do cenário dos outros,é dificil conviver com isso.

▬ Você é burra pensando assim, se você acha que não é capaz de conseguir seus resultados demonstram outra coisa...▬ as palavras do professor de inglês ainda ecoam em minha cabeça.

Entreguei a redação ''vencida'' para Clarisse, ela sempre me disse o quanto eu era boa nas minhas redações, ela foi quem eu mais me arrependi de decepcionar.

Mãos dadas e dentes tremendo, voltei com Thiago, estavamos em uma época dificil no namoro, não era brigas nem nada do tipo... estávamos sem tempo um para o outro, ele falava com intusiasmo as coisas do curso e eu pensava em meu RPG, uma contradição estranha mas mesmo assim eu o ouvia e ele ria das minhas histórias virtuais.

Tocava T.a.T.u enquanto eu pesquisava algo na net, estava com saudades de Hell, nunca mais fiquei na casa dela zoando e nem dormi, na verdade eu nunca dormia quando ia para lá. A vida estava se complicando e eu estava ficando perdida no meio das opções.

Mandei uma foto para um amigo no msn, foi quando ele me disse que eu tinha cara de 14 anos...surtei, como assim? Mas ele fora só o primeiro '-', mas 3 apareceram falando que eu tinha cara de 15 e 16, por que não acertam? Sei que não aparento ter 17 mas me chamar de menina é pedir barraco.

Suspirei quando a janela do msn piscou, era ele, digitei palavras gentis e um saudades verdadeiro, ele respondeu como eu...

Não via Gus a quase 4 meses, o encanto de estar na Lan e sorrir comendo Doritos, estava se esvanecendo com o passar das conversas sem dispidida.

Amarrei uma cordo no tornozelo e saltei da ponte alta, uma gota caiu na água antes de mim, um goteira? Um choro.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Cap . 11 Frio de congelar


Estava muito frio, saí de casa naquela madrugada sem Hell, acordei atrasada devido a hora que fui dormir. Falei para ela ir na frente, mas quando eu cheguei no terminal não peguei o mesmo onibus que ela. Rever o pessoal foi muito bom. Mas indo para meu ponto encontrei com alguém que sentia muita falta, Pe, amigo desda 7º serie. Estava esperando a lotação junto a uma amiga para ir para a escola. Ela se chamava Kehl, muito símpatica e kawaii.

O metrô estava esmagante como sempre. O calor humano era o que esquentava as pessoas naquele vagão. Chegando no Tatuapé Pee e Kehl desceram para o lado oposto da radial e eu caminhei para o lado da Celso Garcia. O vento bagunçava meu cabelo, passei por alguns universitários e pensei no ano que se aproximava, fiquei com medo de tudo...

Passou algumas horas, fiz o que devia e peguei um onibus para voltar para casa. Cheguei em casa cedo, fiquei pendurada no PC e nem dormi, naquela noite havia dormido 2 horas somente.

Na escola parecia um zumbizinho, fui escolhida junto com 12 alunos da escola para participar da olímpiadas de português. Um texto argumentatico... artigo de opinião. Gosto de escrever mas o tema tem botado dificuldades: Meu bairro.

Não planejei o que iria fazer e relaxei até quando deu. Já não era quinta e sim sexta.. haveria aula de inglês no curso e eu ainda não dormira. Vou para o curso como um zumbizinho. D:


Naquela reunião dos escolhidos Thiago também estava, bem sabia que ali não era a praia dele. Ele era a exata e eu a humana, ele estava perdendo uma aula de matemática e eu pude ver o quanto ele desejava estar em sala.

Ficamos descutindo temas e assuntos até o intervalo, subi para a sala e deixei meu material em minha carteira, passei pelos corredores e entrei na sala dele, ele não estava na sala, quando dei meia volta para sair ouvi alguém falar em minha orelha.

▬Oi.

Meu coração disparou e eu sabia que era ele, rindo me virei e bati no ombro dele sem força.

▬ Seu bobo.

Ele sorriu e me levou até o fundo da sala, aonde se sentava. Nos abraçamos e ficamos fitando um ao outro ali pelos curtos 15 minutos de intervalo. Passou tão rápido que o docente já havia adentrado a sala, saí correndo, felizmente Clarice não havia chegado na minha sala, me sentei e fiquei arrumando meu cabelo. Quando ela chegou passou algumas coisas na lousa, o que ela mais odiava fazer no 3º ano do ensino médio.

A última aula fora adiantada, saímos cedo, Thiago ficou na escola e eu vim para casa. A noite estava tão fria e escura, não havia névoa como nos outros dias mas o ar úmido fazia com que meu nariz escorrece e ficasse vermelho.

Coloquei a toquinha na cabeça e lembrei do comentário do Ché.

▬ Com todo respeito, mas você tá mô gata com esse novo vizul.

Também amei minha meicha loira na nuca e o lizo ao invés do cachiado, agora tinha encurtado a minha franja.

Sorri e abri a porta de casa, Lilla ainda estava no PC, fui preparar algo para comer e assim que ela saiu fui twittar.




terça-feira, 3 de agosto de 2010

Cap 10 Sopa de Conchinha


O prato fumegava, a sopa estava tão quente que eu queimava minha mão atravez do fundo do prato.

A noite fora tão fria que pude confeçar que era inverno de verdade.
Na noite anterior havia demorado tanto para dormir que naquela manhã eu acordei 12:30... nem acreditei, fazia uns 10 meses que eu não acordava aquela hora.

Sentei na frente do PC assim que lavei meu rosto e escovei meus dentes. Era instântaneo. Mas nessa tarde foi diferente, arrumei a casa, ou melhor o que deu pra mim arrumar. Não liguei muito pro Twitter, nem para o MSN que piscava constantemente.

O tempo passou rápido, mami chegou e logo Lilla se apossou do PC, começei a me arrumar para ir para a escola.
Tomei um banho bem quente, uma meia calça roxa em cima da meia cinza. Deixei a prancha esquentando enquanto procurava um vestido, lá fora quase caia neve. Pentiei meu cabelo e fiz uns retoques antes de colocar o sobretudo e o cachicol roxo.

Me olhei no espelho e peguei a bolsa, o guarda-chuva e a chave da porta, dei tchaus e rumei para a escola. Garoava e eu logo senti meu nariz pegar fogo, deveria ser o frio queimando-o e fazendo com que ficasse vermelho. Sentei na minha mesa, não havia docente na sala ainda.

Minha amiga se aproximou e tocou no meu nariz perguntando.

▬ Você estava chorando?

Sorri e falei não sem saber o por quê...

▬ Seu nariz tá vermelhinho-riu ela.

▬ É o frio. Quando falei isso me lembrei daquele primeiro dia em que escrevi no meu diário, era algo como nariz vermelho... nem me lembro mais.

Era tão estranha aquela época, hoje eu entro no MSN e falo com Gus, e na msg pessoal dele está escrito. Te amo Laura...

Eu vejo que ele conseguiu uma pessoa para amar, não que me incomode, mas eu tenho ciumes dos meus amigos. Claro que se Will visse eu dizendo isso falaria que eu gosto do Gus e não do Thi..

Não quero mais me lembrar daquelas confusões. As matérias estão fáceis por enquanto nesse começo de bimestre. O que me preoculpa é o ENEM e o SARESP, ainda estou mais aflita em saber que a USP não vai usar a nota do ENEM porque a prova vai ser muito em cima do vestibular.

Vou me matar se isso for verdade. A ultima aula começou, física, anotava algumas coisas no meu caderno e no meu diário, lembrei de uma lenda chineza que Lilla me contou, o motivo pelo o anel de casamento ser posto no dedo anular.

No intervalo da escola eu sai da sala, fui para o 3º B, conversei um pouco com Milly, depois fui para a sala do Thiago, fazia tempo que eu não ia lá nos intervalos, ele estava ajudando uma menina na conta de matemática, fiquei conversando com minha 'filha' quando olhei para ele e ele falou.


▬ Oi né?

▬ Ora o cubo mágico é mais importante que eu...

Ele olhou para o cubo em suas mãos e riu...


▬ Se você viesse aqui e me desse um beijo você iria ver como eu largo esse cubo rapidinho.

Rí daquilo e olhei para a sala, estava tão cheia, nunca gostei de ficar com ninguém em público, nem com meu namorado, acho que isso é um momento só meu, não gosto de telespectadores.

▬ Tem muita gente- falei baixo. Ele fez uma careta mas se levantou.

Estava sentada numa mesa e ele fez o mesmo só que de frente para mim, pegou em meu rosto e me deu um selinho.
Sorri como se fosse o primeiro que ele tivesse me dado. Enfiei minha cabeça no peito dele e inspirei o perfume dele, não queria o largar, estava tão quentinho.

A volta para casa foi em baixo do guarda-chuva, garoava de leve e o ar era congelante. Paramos na frente do meu prédio, o abracei e fiquei fitando seus lábios, ele fez o mesmo...
Dando um selinho ele se fez de dificil e eu não fui boba.

▬ Tudo bem, tchau..

Brinquei mas ele logo me pegou de volta e me abraçou dando um beijo demorado. Subi as escadas arfando de alegria. Amanhã para mais felicidade iria sair com Hell para fazer umas coisas no centro, como eu amo sair de madrugada.