sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Cap 19 O que foi que eu fiz?...


... Pra merecer isso tudo...

A frieza e a raiva que senti assim que ele soutou minha mão cortou meu coração em pedaços. Thiago estava tão irritado, mas eu ainda boba, pensei que ele não iria se importar com nada. Foi no momento que eu ví o carro de Rique parar ao lado de Gus e falar algo, não acreditava naquilo que via, me seguiram.

***

Poderia ter sido uma noite tranquila, sem problemas, mas eu senti muita diferença. Já não sentia nenhuma vontade de ir para a escola, os dias corriam e a cada segundo uma oportunidade me aparecia, medo, sim eu tinha e ainda tenho... mais do que acho que suporto.

Era aula de matemática e eu chorava antes mesmo do docente entrar, ninguém viu, ninguém notou, até o momento que a Natani apareceu.

▬ Mas tá que falta en...

Matemática, cálculos e lágrimas, eu não tinha o que falar pra ela, sabia um momento que eu não estava bem...

O tempo passando e a página de Homunculos ia em sentido contrário do ocidental, um mangá enquanto eu refrescava naquilo que tentava não pensar, minha vida.

A luz da noite era pouca, saíamos de um point, acabara de comer um pastel com Thiago. Caminhando para casa eu estava muito calada, pensando naquilo que acontecera na noite anterior, pensando nas coisas que tinha que fazer no dia seguinte...

Um abraço quem sabe, mas parece que Thiago estava tão intretido com a vida dos estudos que não sentiu a necessidade de mecher no meu cabelo, de afagar minha bochecha e nem me abraçar forte dando um beijinho na testa...

Acho que com o tempo toda a doçura estava se desfazendo... podia ser imaginação, é eu sei que era...

Um selinho e um tchau, corri escadas acima e cheguei cansada no patamar de casa, abri a porta e liguei o PC, azeda... por quê?

Não sei responder isso, mas eu acho que entendo o motivo da mudança de estado... estava tão agitada na escola depois do meu momento cry '--'...

As vezes é melhor não pensar para não desistir, paciente, é realmente acho que aprendi a ser, mas não queria dormir com o peso de não liberar da mente aquilo que não entendo...

O despertador não tocou. Oito horas e eu ainda em casa, corri e saí voando para pegar a lotação, o metrô e finalmente chegar no curso.

Último dia, prova e muita bobeira pra comer. Olhar para aquela sala, assim numa despedida doi na lembrança, sentirei falta até das HomeWorks.

O ônibus e beijos de adeus, silêncio dentro de mim mesma, passando, passando e deixando suas marcas.

A tarde inteira para resolver uma inscrição do curso técnico, subi as escadas da Master correndo, passei pelo balcão somente David me viu, Gus estava distraído e então pensei melhor não chamá-lo.

Acessei minha conta e ouvi algumas músicas para desestressar, as horas passavam e eu ainda tinha muito o que fazer. Gus veio falar comigo assim que me viu, uma conversa pequena e eu já estava caminhando rumo a ETESP.

Uma decisão assim que terminei a inscrição, não era dia de escola. Voltei para a Master pensando se deveria ir pegar Thiago na ETEC escondido, mas havia uma diferença, eu havia dito para Gus que voltaria e Thiago não sabia nem que eu estava pensando em ir encontrá-lo na saída do curso.

Estava novamente sentada e rindo das bobeiras que Jhonatan contava, olhando para a Sis que ajudava ele e ria muito das coisas que a conversava virava. O relógio bateu sete horas, decedi ir levar Gus para a ETEC, a mesma que o Thiago estudava de tarde. Eram ruas movimentadas, ainda claro pelo horário de verão, frio e ventava muito, meus cabelos ondulavam e eu puxava o cachecol verde para perto do pescoço.

Eram momento cegos, dedos pegos, mãos dadas, braços roubados, e forte e quente abraços.
Passei de uma praça para a outra quando um carro vinho parou a minha frente e o Max me olhou.

▬ Quer carona ?

▬ Não vlw.▬ respondi, mas me coração disparou por leves segundos.

Ingênua, sim, tão tôla... erade se imaginar.

Voltei a andar com Gus do meu lado e logo que ví um balanço me sentei, o vento que me cobria embaralhava meus cabelos. Ele me assistia de perto, segurando a minha bolsa e rindo das mim.

Não foram grandes momentos, mas já eram especiais mesmo antes de acontecer. Gus falava coisas que me deixava sem reação, falava palavras tão fortes e verdadeiras, conversava comigo em breves reflexos do meu inglês tosco.

Estava pensando para onde iria, quando Gus olhou para trás e viu Thiago quase ao meu lado, me virei e sorri, boba...
Sorrí como se não tivesse nada que o estivesse encomodando, em momento eu me perguntei o que tinha feito... nada...

Peguei na mão dele e ele a soltou, odeio quando ele se irrita, não gosto da forma como ele age, da falta de calma e da clareza que eu vejo a raiva em seus olhos, ele não era assim antigamante, mas acho que ele só fica assim quando eu sou o assunto posto em mesa.

Corri para Gus assim que ele me deixou, não senti nada no momento, estava sem ter o que pensar, estava confusa, como se não tivesse mais miolos dentro do cérebro. Olhei para o lado enquanto chamava Gus baixinho, o carro vinho vinha seguindo ele no cantinho da calçada. A fixa caiu no mesmo segundo, me seguindo? Obviu que eles estavam me vendo assim que perceberam minha presença na rua junto de Gus, era claro que Thiago se escondia nas portas trazeiras do carro, não duvido.

Não chorei, não naquela hora. Ele foi para a casa da namorada e eu subi para a Master, esperando que Jhonatan ainda estivesse lá.

Foi assim que abri a porta de vidro e eu caminhei até ele que meus olhos já transbordavam, todos olharam, nem todos mas aqueles que me conheciam assim.

Corredor da Lan enquanto eu chorava no ombro de Jhonatan ouvindo ele falar besteiras de como eu deveria ver o lado bom da vida..

▬ Linda, a primeira vez dói, ninguém disse que viver é fácil mas olha pelo lado bom, na segunda você vai sentir prazer.

▬ Bobo, para...

Eu ria enquanto limpava a face das lágrimas que incistia em ser derramadas, David olhou para mim quando eu retornei e eu expliquei o que tinha contecido, ele falou.


▬ Cara, terminou?▬ foi a primeira coisa que disse antes de eu começar a falar. ▬ Namora comigo agora.

Eu olhei para ele e começei a rir, realmente muito confuso meus amigos...

▬ ah cara, o que você ainda faz com ele? Todo mundo diz isso:'' -Ela é muito bonita para ele...''▬ Ele riu assim que terminou de falar e balançou a cabeça, eu sei que era brincadeira pois ele sabe o quanto eu gosto do meu namorado.

Foram essas coisas que me fizeram rir quase a noite inteira e esquecer quase que completamente o que tinha acontecido assim que peguei num controle e joguei GH com o Jhonatan.

▬ A mupy tem tesão huhuh...

Eu escorreguei pela segunda vez na parede e ri até ficar sem ar. A Lan estava fechando enquanto esperavamos David sair, os meninos me levaram em casa, caminhamos pelas ruas desertas cantando Dragon Ball GT, momentos de liberdade.

***

Uma olhada no teclado e lágrimas corriam, a vida estava revoltada comigo, eu ainda pensava que o mundo girava em torno de mim...

Todos tem problemas.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Cap 18 . + 1 Vida ... cogumelo do Mario


No quarto, dentro dos braços dele, estava a boneca que ainda dentro da caixa suspirava sentindo o coração de Gus, batendo forte dentro do peito. A cabeça encaixada no ombro dele e os olhos fechados, sentia o seu cheiro e sentia a tontura tomar conta do corpo e mente. Era silêncio, respiração forte e falta de ar, estava com tantas saudades daqueles braços quentes.

***

Manhã de quarta feira, sozinha em casa apesar de Lilly e mami estarem de férias, o PC e o tédio, uma coisa eu tinha certeza, somente uma, eu não queria que aquele dia fosse normal como fora o resto da semana.

As lembranças da noite passada e o teatro, passeio com a escola, não fora o melhor mas fora enesquecível, aquela lona vermelha, o som da flauta e o violão juntos. Cada momento do espetáculo que decorria a minha frente fazia lembrar que eu devia começar a escrever a continuação do primeiro roteiro da minha própria peça da vida...

O medo e a ignorância prendem as pessoas dentro de sua própria mente, um obscuro e o desejo de solidão... corroem a crença e a vontade, o sentimento, o amor... por isso eu tentei, realmente tentei. Foram dias difíceis o que passaram na vida pacata da boneca... dias corridos.

Provas e a urgência que lhe era imposta em crescer, em ser adulta... mas ela não queria, ela ainda não sabe... ela somente entende que não vai mudar, ela não vai crescer, não vai perder a sua meiguice, ela vai ser o que parece ser, mas dentro ela vai entender que ainda que seja o mais dificil, seguir sonhos e caminhar pelo o que acha que é realmente certo, ela vai ter que aprender arriscar, sem ter medo de cair no passo que der sozinha pois ela sabe que quem a assiste estará pronto a ergue-la novamente.


A manhã de caminhadas sozinhas no Ibira foram para refrescar a minha mente, estava tão estressada e desolada que não sabia mais se era normal aquilo que eu sentia, faltei no curso e chorei a noite toda, mas o tempo passava, mesmo que ele não me respondesse minhas perguntas, ele estava alí, passando e chegando, fazendo minha cabeça rodar e o sono me consumir.

Não era a primeira vez que desejei terminar logo a escola, vontade não falta, mas tenho que continuar... falta menos de um mês para que tudo caia sobre mim, já não sei se terei fôlego para suportar, mas nada saberei se não tentar, nada aprenderei se não errar.

O cartão de crédito fora colocado na máquina que fazia a leitura rapidamente, uma quantia sacada fora colocada dentro da carteira, escadas... subi-las com pressa e esperança. Gus estava do lado de fora do balcão da Master, sem uniforme, já estava de saída. A surpresa e um sorriso nos lábios, quentinho, abraço... Tinha em mente o que realmente aconteceu, mas quem sabe não devesse falar. A chuva fraca lá fora era realmente um castigo, meu cabelo se cachiou rapidamente enquanto caminhavamos nas ruas movimentadas em baixo de um guarda-chuva.

***


A música saia das caixas de som do PC dele, a porta fechada e no ouvido sussurros, aquela sensação era diferente. A boneca sentia algo estranho, era puro demais, sentia que se tocasse acabaria com tal beleza, era má...
As palavras de Gus mechiam comigo, senti vontade de chorar, mas não deixei que as lágrimas rolassem.

Com os dedinhos eu tampava meu rosto, sentia me queimar lentamente, mas não que doesse.
Ele me abraçava forte, passando as mãos pelas minhas costas enquanto eu enfiava mais a minha cabeça no peito dele.

▬ sorry▬ falava ele com a voz baixa. Balancei a minha cabeça, não tinha o motivo para que ele se desculpasse, nunca fora culpa dele e sim de mim mesma...

Cabulei a aula noturna na casa de Gus, ambos desejavam que o tempo que passara retornace, e naquele frio que estava lá fora pude rever a menina de nariz vermelho. Eram planos, mas estava chegando a hora, Gus vai ir embora para longe, as pessoas estavam me deixando? Sim, sei, claro que não me deixavam mas estavam indo embora, para longe de mim, mesmo que só fisicamente, estavam indo... O ponteiro do relógio correu, medo senti.

Um momento de fixação eu tive que acordar, um beijo, não, não poderia acontecer,não devia ... eu nem sei se queria, mas jamais vou me arrepender de saber o que realmente quero.
Não me arrependí de minhas escolhas, somos apenas amigos não? Amigos... amigos... mas ele me ama... mas ainda somos amigos.

Nada acontecera dentro daquele quarto, realmente fora uma noite perfeita, assim que subi as escadas da lotação eu olhei para o presente que enchia minhas mãos, um cogumelo, azuzinho, com os olhinhos meigos a me fitar, algo que estava me dando + 1 vida, quem sabe mais um motivo para manter me sorriso nos lábios.

Não quero acreditar naquilo que eles dizem, não sou perfeita e nem a melhor, sou somente uma menina que tenta sorrir para fazer com que as pessoas sintam vontade de viver, mas o que ela poderia fazer se nem a mesma sabia se consolar dentro da solidão?

Olhar no espelho e sorrir, nada ver somente a mentira a encobrir, fora dias angustiantes, mas o mesmo caminho que tomei me levou até aqui, sou eu quem o dirige, sim... com uma guia eu vou caminhando mas nada acontece sem não ter que acontecer... paciência... assim eu saberei realmente como é amar.