sexta-feira, 15 de abril de 2011

Cap.10 Há um tempo.



Eu evitei muito entrar aqui olhar todas essas postagens e abrir minha mente para postar novamente. Mas quando se tem algo que lembra tantas memórias não é fácil abandonar. Ainda leio algumas histórias lá do começo, meus lábios se abrem em um sorriso, apesar de tantas complicações eu vejo que era muito bom tudo aquilo... mas o tempo passa, tudo passa e os costumes, os amigos, tudo vai se esvairando pelo tempo e mudando, se modificando... se acostumando naquilo que é determinado a cada um, só que ninguém percebe enquanto isso acontece e quando olhamos para trás, podemos sentir saudades.

Sim, em todo o tempo que fiquei fora, que não escrevi nada eu chorei, sorri, lembrei, amei... mas são sentimentos e eles afloram quando querem, ou quando precisam.

Estava na sala de espera, mas eu podia jurar que ainda tinha chances, mas quando aquela pessoa falou:

▬Você não foi mal, mas ela foi melhor.

Eu sorri e dei um abraço formal, sai da sala ainda sorrindo, banindo da minha cabeça qualquer pensamento, mas não se pode fugir da própria dor... Apertei o botão do elevador, mas não o esperei, desci pelas escadas com a mão na garganta, ardia muito segurar tudo aquilo que queria sair pelos meus olhos, lágrimas.

Quando olhava-me pelo reflexo do vidro do metrô podia ver meus olhos vermelhos, e era quando eu cobrava mais de mim e minha crença de que mudaria ia sumindo de mim mesma. Os meus pés doiam, o salto era alto, como desejava meu all star naquele momento, estava cançada, com sono e fome, saíra correndo de casa, com o peito em chamas de esperança, mas a chuva me alcançou aquela vez...

Por mais que eu tentasse me recompor não era nada fácil ignorar os ecos dos momentos na minha mente, eu queria sumir.

Abraçar um ursinho, me enrolar nas cobertas e não falar com ninguém, assim agi quando cheguei em casa, mas não é fácil esconder algo que nos aflinge. Por muitas vezes sorri quando queria chorar e muitas mais engoli meu choro para não ouvir perguntas e tê-las que explicar, era como me matar por dentro.

Os dias passaram, mas ainda dói a sensação de que nenhum castelo tem firmeza quando construo, aquilo que eu acredito será... mas é dificil acreditar quando tudo parece escurecer.

Mas há um tempo para fazer com o que o que fazia mal sumir...

Estávamos na área, conversando, na verdade brigando. Eu e o meu sarcásmo convincente de irritação, ele e a incredulidade nos olhos. Não iria ceder, nenhum dos dois...

Aliança não é um bambolê que se põe no dedo para enfeitar, e eu me apego muito fácil as pessoas, mas tenho que aprender também que dizer eu te amo requer muita responsabilidade. Sou aquela que tomou um coração de outro alguém, mas amor não suporta tudo, porque aonde tudo soporta desconfio que exista amor...

Mas os meus altos e baixos de temperamento se acalmaram no outro dia, o que me fez ir até ele e chorar em seu colo com tudo que estava acontecendo.
Aquele dia eu descobri como decepção doia, imagine uma amiga, você confia e ela só estava mentindo, mentindo o tempo todo. No sorriso havia mentira e na própria risada ela zombava de mim...

O que eu deveria esperar? Todos temos que nos acostumar com pessoas nos julgando, falando mal... mas isso me importa, sim, me machuca e eu não consigo esquecer assim rapidamento, infelizmente vai ficando lascas de choros, medos e tristeza aqui, no peito... qualquer dia acho que vou explodir.

O problema do tempo é que ele não avisa quando as coisas vão começar a mudar, e quando notamos ela já começou a muito tempo... e tudo parece ficar rápido. As coisas se foram tão rápido...mas não posso viver no passado, mesmo que seja mais prazeroso viver nas lembranças, tenho que enxergar essa realidade e começar a excluir o meu mundo paralelo.

"Para quem vê meu pequeno sorriso de contento, peço que não o ignore e procure a verdade nos meus olhos, seria mais difícil se a descobrissem... tento mantêr meus segredos e minha dor, escapar com um pingo de esperança para poder sorrir por segundo por causa de uma verdadeira alegria."

As coisas não iriam melhorar por causa de meus choros, na verdade nada mudaria. Mas ainda estou tentando me levantar da minha queda... e aprendi a ser menos escandalosa, com o tempo engolimos o grito e o transformamos em atos.

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