terça-feira, 13 de julho de 2010

Cap 5. Minha Vida


Thiago acabara de sair de casa naquela noite de sábado, mamãe implicou com o computador ligado até a madrugada, o que me deixou com uma revolta silênciosa.

Acordamos cedo, uma longa caminhada até a assistência técnica do meu computador, o monitor estava dando paul, chegamos na Celso Garcia e logo achamos a rua.

Deixei meu monitor LCD com tanta dor, ainda bem que eu tenho outro antigo em casa.

Dali fomos para o Tatuapé, shopping B... Um filme? Quem sabe, mas naquele dia Lilla esquecera seu cartão, caminhamos pelas lojas e entramos na net na pequena Lan de lá, tomamos um TopSunday no McDonald's e voltamos para casa.

Sentada naquele banco do metrô eu ví as coisas passarem rapidamente, senti falta do passado, senti saudades das pessoas. Do que costumava fazer, da Vila Mariana, de 1 real, senti falta de um Mupy...

Agora ouvindo You are only exception, lembre das coisas que se passaram na Lan, lembrei de Gus e lembrei das conversas no MSN, das brigas e intrigas com Thiago, da vontade de terminar com ele e jamais presenciar 6 meses de namoro.


Passado...


O cabelo liso caindo pelos ombros, tanto castanhos quanto loiros. A menina corria a bater numa enorme porta.

-Oh de casa- veio a exclamar.

A porta abriu rangendo.

-O que queres me incomodando?- perguntou alguém no qual o rosto não se via.

A menina olhou para os pés e suspirou.

-Desculpe, não sei o que vim fazer- falou ela sem graça.

-Entre, vamos descobrir- convidou a voz.

Passos pesados e ela entrou dentro da casa, estava escuro, andando cegamente a frente ela achou mas uma maçaneta e a abrindo tudo logo ficou branco.

-Descubra o que veio fazer garotinha sem nome.- Exclamou várias vozes ao mesmo tempo.

Desnorteada ela fechou os olhos e se abraçou, estava com medo e começou a chorar.

-Me achar, foi o que vim fazer.- respondeu ela aos prantos tentando se distanciar das vozes.

-Hm... - murmurou uma voz.

-Pare de chorar garota- exclamou outra voz.

-Bobinha - falou alguém carinhosamente.

Mas isso não fora suficiente para que o medo a deixasse e quanto mas as vozes falavam mas ela se distanciava.

-Acorde garota- falou uma voz dura- te achar?- riu a mesma- Olhe para sí pequenina...

Ela deu passos para frente e para trás.

-Tarefa sua, somente sua...

Ela deu as costas para as vozes e abriu uma janela ali, pulando a caiu num abismo sem fim e logo estava planando sobre um mar de águas escuras.

-Inconciente, para de brincar comigo- exigiu a menina.

Sonhando estava uma garota desnomeada, que tentou se encontrar... se completar. Não sabia ela que estava a alcançar o que almeja.

Pobre criança sonhadora, iludida...

Acabando de escrever aquelas palavras guardei minhas coisas no meu guarda-roupa e me deitei na cama de casal. Cobri-me com um cobertor rosa e um verde e adormeci em minhas ilusões.

Lavava meu cabelo na água quente do chuveiro, minha mãe o consertou, ninguém merece tomar banho frio no inverno...

Agora estou proibida de tomar banho quente, mas mesmo assim o faço.

Dia que não sabia que estação do ano ser fiel, ventava e as nuvens estavam escuras, o sol aparecia forte e sumia, caia nêvoa e as folhas varriam o chão, sem falar dos viziveis beija-flores que apareciam no jardim do prédio.

Peguei o secador e senti o ar quentinho no meu pescoço, logo estava passando a prancha alisadora. Gosto dos meus cachos mas cabelo liso facilita muito as coisas.

Me encontrei com Thiago, estavamos planejando ir para a casa da Jess, mas não deu certo e então fomos assistir Percy Jackson na casa da Teh com o Rique. Já assisti aquele filme mas confesso que ele é muito bom. Sentados no sofá os casais prestavam atenção ao que se passava na TV, Thiago não era muito familiarizado com a casa da Teh, se manteve um pouco reservado e logo que o filme acabou fomos embora.

A nêvoa caia levemente sobre nossas cabeças, a luz dos postes de iluminação eram invisiveis. Caminhamos lentamente até minha casa, Thiago estava quieto quando chegamos no portão.

Começei a tirar o palitó do terno dele, ele o havia me emprestado por causa do frio.

-Eu... queria ficar um pouco com você hoje.

Eu mordi os lábios, não que eu não quisesse mas não havia ninguém em casa e em dias frios a escada não é o melhor lugar.

-Desculpe Thi... amanhã você vem?- perguntei.

Ele me olhou com reprovação, mas ví que estava suportando essa minha mania.

-Tudo bem- falou ele dando as costas.

-Thiago.- chamei parada do lado de dentro do portão automático.

Ele se virou e ficou a me olhar.

-Não me olhe assim.- falei sentindo me dismoronar por dentro.

-Assim como?- perguntou ele.

-Estou me sentindo mal.- falei olhando meus pés.

Ficou quieto até eu erguer a cabeça e me despedir.

-Tchau... te amo- falei

-Tchau... -falou ele, nessa hora senti um frio correr pela minha espinha, eu queria que ele me dissesse, te amo mais, ou algo do tipo.

-Boa noite. (?) Quê? Não acredito que eu falei boa noite, naquele momento subi as escadas me acusando, como assim boa noite? Até parecia que ele era estranho para eu o tratar daquela forma fria. Por que eu não disse sonhe comigo ou algo o tipo?

Entrei em casa e troquei de roupa, Lilla quase dormia e minha mãe arrumava umas coisas na cozinha. Com uma calça moletom e uma blusa polo belisquei alguma coisa e fui na Hell.

Ela estava conversando com os amigos no MSN enquanto eu mimava a cachorrinha dela de 2 meses de idade, quase do tamanho da minha mão. Hannah.

A segunda noite de férias eu dormi na Hell, não fizemos nada em especial, fiquei na net, a madrugada toda no chat e jogando RPG, depois ela saiu com a mãe dela e eu vim para casa.

O sol mal saiu, estou com sono, não quiz dormir...

Andando pela rua logo avisto Thiago.

-Ei psiu- chamei.

Ele olhou para mim e sorriu, me aproximei e dei um selinho, vim pra casa lembrando de ontem, senti um enorme alívio.

Tudo estava bem, os dias do calendário passaram rapidamente, fazendo breves pesquisas na net combinei com a Hell de ir na Liberdade fazer compras.

O metrô saculejava levemente quando fizemos uma baldiação e logo estavamos na estação Liberdade, as ruas estavam cheias, tanto trabalhadores quanto alunos de férias, caminhamos para a Galvão e lá entramos no Shop. Sogo, compras básicas de uma otaku.

As ruas daquele beirro me lembravam muito a minha infancia, e eu sei que a Hell também.

Sentadas naquele jardim oriental do McDonalds comemos despreoculpadas e cantavamos a abertura de DBZ...

O vaguão lotado do metro anúnciava o horário de pico, meias de todas as cores, brancas, pretas, amarelas e etc... Dia cansativo, cheguei quase em cima da hora de mais um compromisso.

Naquele dia não fora somente especial porque as férias só começavam, mas sim porque uma pessoinha estava ficando idosa, Teh completava 16 anos, fomos na casa dela cantar um parabens bem desorganizado cheio de gritaria e palmas carinhosas.

Minhas pernas doiam muito, andamos pra caramba hoje. Subi as escadas com Thiago atrás, fazia um dia que eu não o via e ainda sim sentia uma imensa saudade.

Abraçados encostamos na parede eu senti o perfume dele que vinha do colarinho do terno, aquilo me deixava tonta, desnorteada.

Procurei inconsientemente os lábios dele, o beijei com sede, minhas mãos iam de seu pescoço ao seu queixo enquanto nos olhavamos silenciosamente.

Tranquei as portas e me sentei em frente ao computador ainda suspirando, coloquei o fone de ouvido e fiquei escutando músicas orientais.

Os eventos estavam se apróximando isso fazia com que algo em meu estomago começasse a se mecher, anciedade.

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